O que é a vesícula biliar?
A vesícula biliar é um órgão em forma de saco situado abaixo do fígado, no lado direito e superior do abdome. Sua função é armazenar e distribuir a bile produzida no fígado, através dos ductos (canais) biliares, em direção ao intestino. E no intestino, a bile auxilia na digestão dos alimentos, principalmente os gordurosos.
Como acontece da vesícula biliar ficar inflamada?
Uma obstrução dos ductos de saída da vesícula impede a saída da bile, levando em seguida a aumento da sua pressão, devido a sua distensão. E isso leva a sintomas, como dor, principalmente.
Cálculos (pedras) na vesícula causam a obstrução geralmente. Pode ser aguda, com sintomas mais fortes e persistentes, necessitando até atendimento em pronto-socorro. Porém, pode também ser crônica, com sintomas mais leves, que passam com analgésicos simples.
Costuma-se definir o quadro de dor como cólica biliar, e quando vem associada com febre, alterações infecciosas no exame de sangue, ou edema de parede da vesícula na ultrassonografia, denominamos colecistite aguda. Esse é um quadro mais grave, que precisa de antibioticoterapia, e às vezes, cirurgia de urgência.
Inflamação na vesícula é comum?
Cerca de 15% da população mundial apresenta pedras na vesícula. E nesse grupo, estima-se que 20% vão apresentar sintomas, incluindo a colecistite ou vesícula biliar inflamada.
Quais são os sintomas da vesícula inflamada?
Dor no abdome, à direita perto das costelas. Esse é considerado o sintoma principal. Geralmente aparece após as refeições, principalmente alimentos gordurosos.
Náuseas, vômitos, distensão abdominal, podem ocorrer.
Febre indica infecção bacteriana associada.
Alguns pacientes não têm o sintoma de dor, apenas uma distensão/estufamento abdominal, uma sensação de má digestão. Nesses casos a ultrassonografia auxiliaria no diagnóstico.
Pacientes com imunidade baixa, idosos, diabéticos de longa data, podem apresentar quadros mais graves, com complicações mais frequentes.
Quem tem mais risco cálculos na vesícula?
Os fatores de risco incluem: sexo feminino, gestantes, obesidade, diabetes, colesterol alto, perdas de peso rápidas, idade acima de 40 anos.
Quais são as complicações da vesícula inflamada?
A colecistite não tratada pode ocasionar sintomas de infecção grave (sepse), e em alguns casos pode ocorrer a necrose da vesícula, com extravasamento de bile para o abdome, causando contaminação (peritonite).
Os cálculos também podem migrar para os canais biliares e para o pâncreas, causando obstrução do fluxo de bile, com infecção (colangite). No pâncreas, podem causar inflação denominada pancreatite.
Como fazemos o diagnóstico?
Na consulta e exame físico no consultório, já se consegue suspeitar de problemas na vesícula biliar. A partir disso, exames de sangue e ultrassonografia são realizados, para o diagnóstico dos cálculos e para avaliação de gravidade da inflamação. A necessidade de outros exames, como tomografia ou ressonância de abdome, ocorre quando há sinais de complicações.
E como se trata a inflamação na vesícula?
Primeiro, o controle da dor e sintomas como náuseas ou vômitos é prioridade. Em seguida, na suspeita de infecção, usam-se antibióticos. Em seguida, após os exames iniciais, se não houver sinais de complicações como colangite ou pancreatite (falaremos depois, em outros posts), o tratamento cirúrgico é indicado, a retirada da vesícula biliar ou colecistectomia. A cirurgia pode ser de urgência, ou programada, a depender do grau de sintomas do paciente e da melhora com as medicações iniciais. É feita por videolaparoscopia, com pequenos cortes no abdome, com recuperação mais rápida.
E como fico sem a vesícula biliar?
Podemos viver bem sem a presença da vesícula biliar. Ela é somente um reservatório para a bile que o fígado produz. Assim, após sua retirada, o fígado manda a bile diretamente para o intestino, constantemente. O intestino se adapta à ausência da vesícula despejando bile em grande quantidade após refeições gordurosas. Sintomas relacionados à má digestão de gorduras podem ser permanentes em casos raros, mas dieta pobre em gorduras e orientações com Nutricionista normalmente controlam esses sintomas.
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